quarta-feira, 10 de outubro de 2007

MEUS PEDAÇOS

Tento me recompor, tenho momentos alternados de interiorização e outros de profunda tristeza. Procuro me encontrar entre meus pedaços e recomposta tento sobreviver a cada dia. Vê-se que hoje o dia não amanheceu para os melhores.
Tenho a necessidade do silêncio para que minha alma fale, que conte de suas agruras e travessuras que me colocam aqui neste estado.
- Mas afinal temos aqui uma questão e vamos resolvê-la juntas, falou a alma em tom alto e forte, mostrando que agora era ela que mandava ali.
Faço mais silêncio para poder escutar com clareza.
- Sou eu mesma que te falo, sua tonta! Não tens mais para onde ir, tudo está confuso na tua cabeça e mal te pões de pé quando acordas. Desta forma me tomei da razão e resolvi vir falar direto contigo. Afinal tu me conheces e se tem alguma coisa que te preservou até aqui fui eu.
Levanto os olhos para ela e peço em tom de misericórdia.
- Fala então.
­- Eu não falo, eu escrevo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

CARTA

Meu Amor,
Como dizia o poeta "eu sei que vou te amar, por toda a minha vida..." e foi assim que começamos a nos dizer adeus. Ainda não entendo toda essas coisas loucas que daçam como figuras esquálidas de terror, misturadas em palavras doces e melequentas. Vendei por muito tempo os olhos, dancei nas esperanças e não te percebi. Não percebi que partias, que as malas estavam arrumadas. Perdida em sonhos, descobri a alma, me fiz poeta e adormeci.
Depois, na dor criei assas, vontade imensa de voar, ver a cidade de cima e dançar livremente ao vento no sabor do tic tac do teclado. O que escrevo não me decepciona, apenas crio as imagens do meu coração.
Sigo a vida, deixo as lembranças, parto em busca dos sonhos, da viagem desconhecida.


segunda-feira, 1 de outubro de 2007

"PREGO"


Quase roubaram de mim também as letras.

A dor lascinante cerrou meus olhos, e paralizou a alma.

Tive muito pouco tempo para entender os signos

E sucumbi em interrogações.

Estive muito só.

Mas os signos decifram-se em solidão.

Toco minha pele ainda dolorida e percebo o quanto ainda estou viva.

Deixo languidamente para trás as tristezas

Volto a colher em letras as verdadeiras revelações